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Arquitetos: extrastudio
- Área: 280 m²
- Ano: 2009
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Fotografias:Fernando Guerra | FG+SG
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Fabricantes: AutoDesk, DYRUP, GIRA, Hafele, JNF, Saint-Gobain, Viero, Vitrocsa
Descrição enviada pela equipe de projeto. Inserido no Bairro de Habitação Económica do Alto da Ajuda, construído no início dos anos 40 pelo Arquitecto Paulino Montez, a estratégia de intervenção deste projecto parte de uma questão base – como conciliar todas as restrições impostas sobre o lote com um novo programa, sem comprometer a imagem e princípios do plano original?
Sabendo à partida que se deveriam manter as características tipológicas e morfológicas, preservando as inclinações das empenas, mimetizando materiais e elementos há muito removidos, procurou-se abordar a ampliação como uma dilatação do volume.
Confrontados com a inevitabilidade de demolir e reconstruir a moradia existente, ampliando-a, os nossos esforços concentraram-se no desempenho do espaço, como forma de compensar a sua pequena dimensão. Três condições diferentes são criadas, cada uma com a sua própria identidade; uma cave escava-se na rocha, o piso térreo organiza-se como um loft, livre à volta de um núcleo e o piso de quartos é compartimentado tirando partido das inclinações da cobertura, obtendo uma proporção única para cada espaço.
Para tornar esta diversidade possível, são criados sistemas; uma janela hidráulica horizontal cortada no jardim ventila a cave introduzindo luz natural, a sua localização dá forma ao espaço, portadas interiores deslizam para dentro das paredes, portas invisíveis encerram a cozinha, o detalhe torna-se fundamental. Numa extensão das memórias espaciais do cliente, uma panóplia de materiais é criada para este pequeno universo familiar, Tadelakt, alumínio, betão afagado e madeira são utilizados para construir uma experiência táctil interior.
No exterior o acabamento polido é contrabalançado com reboco tirolês, ambos pigmentados, cada um com uma tonalidade indefinida: cinzento, que é azul, que é verde, contrabalançado com rosa que oscila entre o ro-xo, o azul e o cinzento, dando à casa um aspecto mutável. O jardim, relegado durante algum tempo para segundo plano torna-se o elemento fundamental. Numa reacção à obra, plantas, arbustos e árvores escolhem-se cientificamente para complementar a arquitectura. A construção torna-se um processo de criação, tudo é testado, alterado e experimentado, os vidros tornam-se pretos, perfuram-se portadas, inventam-se acabamentos.